desenharEduardo Salavisa1950-2020
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" (...) Ambos, a memória e o desenho são imperfeitos. O desenho é manipulado, a caneta desloca-se no papel conforme a vontade do momento, o desenhado mexe-se - qual a posição que eu escolho naquela altura? O tom da camisola, feito posteriormente, será mesmo aquele? A memória que me fica daquele momento mistura-se com outras. Mas eu selecciono uma relacionada com aquele desenho. E é isso que fica." in Caderno de Retratos: Memórias imperfeitas, Edições Afrontamento, 2020 |
"Escolhi este desenho, feito na Mouraria já há uns anos, para divulgar o workshop que vou fazer na “Fábrica das Cores” ali para os lados de Oeiras numa simpática casa, com uma simpática equipa. É no dia 16 deste mês das 14h30 às 17h30."
Foi assim que o Eduardo apresentou e passou a "ser" parte da "casa" em 2014.
Éramos ainda Fábrica da Cores e o Eduardo dinamizou o "Quotidiano e Arte", uns encontros para desenhar.
Foi assim que o Eduardo apresentou e passou a "ser" parte da "casa" em 2014.
Éramos ainda Fábrica da Cores e o Eduardo dinamizou o "Quotidiano e Arte", uns encontros para desenhar.
Em 2018 foi um dos membros fundadores da associação cultural Colectivo a Postos criada para dinamizar o antigo Posto em Oeiras com o projecto Edifício Arte Contínua.
Eduardo Salavisa (1950-2020) foi professor e desenhador do quotidiano. Foi membro fundador dos Urban Sketchers Portugal e conseguiu reunir mestres e aprendizes do desenho em encontros e em livro, sendo uma das maiores referências do diário gráfico e do urbansketching no mundo. Foi ilustrador da secção A Semana Ilustrada, no Público, juntamente com o artista João Catarino e colabora em diversas iniciativas no Museu Bordalo Pinheiro para divulgar o desenho e o gosto de desenhar.
E é no Museu Bordalo Pinheiro que faz a sua última exposição.
Um Cadeirão e 96 Retratos é o resultado dos desenhos feitos ao longo de três meses, já doente, de retratos de familiares e amigos que se sentaram no cadeirão da sala de sua casa e, confortavelmente conversaram sobre tudo e nada. Durante a exposição o Eduardo continuou a desenhar e aos 96 foi somando + 28 + 49 + 14 retratos.
Mas antes a Edições Afrontamento passou os 96 desenhos a livro, com o título Caderno de Retratos – Memórias Imperfeitas.
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Com a aproximação do aniversário dos 70 anos do Eduardo, no dia 27 de Novembro, o Colectivo a Postos pensou criar uma página aberta no instagram para quem quisesse publicar um desenho. Quem com ele teria tido o privilégio de desenhar podia publicar uma memória desse momento com um pequeno texto em jeito de tributo e seria uma surpresa.
Mas o Eduardo partiu mais cedo e a desenhar Eduardo Salavisa não foi uma surpresa, mas sim uma homenagem ao amigo e pessoa relevante que foi para todos nós.
Boa viagem, Eduardo. |