HISTÓRIA DO EDIFÍCIO
BATERIA DO AREEIRO
CAMPO ENTRINCHEIRADO DE LISBOA
O projecto de construção da Bateria do Areeiro, datado de 1903, é da autoria do major de engenharia António Augusto Nogueira de Campos, começando a ser realizada a obra sob a direcção do capitão de engenharia Augusto Vieira da Silva, a 16 de Junho de 1904; as obras arrastaram-se por alguns anos, vindo a ser concluídas em finais de 1908. Foi entregue ao Governo do Campo Entricheirado de Lisboa, fazendo a Bateria parte de um grupo de fortificações denominado Sector Exterior de Defesa do Porto de Lisboa.
Apresentava uma planta rectangular, com um dos lados virados para o mar, dois flancos e uma gola. Estava preparada para receber 4 peças de artilharia, de costa (não dispunha de qualquer defesa pela rectaguarda), de 75 milímetros e 45 calibres de comprimento, em reparos de eixo central. Em 1939 por motivo da construção da Estrada Marginal, a Bateria viu cortada parte do seu terreno anexo, embora o seu núcleo principal se mantivesse intacto. Em 1940, a fortificação encontrava-se praticamente desguarnecida (embora mantivesse as 4 peças de fogo), acabando por ser desartilhada, em 1943. Através de um Auto, datado de 15 de maio de 1946, foi entregue ao Regimento de Artilharia de Costa.
Em 16 de Setembro de 1953, veio a ser cedida ao Ministério da Defesa Nacional a fim de nela se efectuarem a necessárias adaptações para instalar a Torre de Radar de Controle do Porto de Lisboa.
Empenho da Bateria do Areeiro
Após a Declaração de Guerra da Alemanha a 9 de Março de 1916, registaram-se vários casos em que as baterias do Campo entrincheirado de Lisboa (CEL) abriram fogo sobre navios que não respeitaram os avisos de navegação.
Na tarde de 25 de Abril de 1916, a Bateria de Areeiro recebeu ordem para abrir fogo sobre um navio norueguês que não respeitou os avisos da Marinha de Guerra à entrada da Barra do Tejo.
A uma distância de aproximadamente 1 400m da bateria, esta fez fogo para intimidar o navio a parar. O primeiro tiro foi curto, mas alguns estilhaços caíram perto do navio, o segundo tiro foi longo quase a bater o navio, e como este não parou, a bateria fez um terceiro tiro que atingiu a proa do navio norueguês e o fez finalmente parar.
No dia 2 de Maio de 1916, a Bateria do Areeiro recebeu ordem para fazer fogo sobre uma embarcação portuguesa (yacht) que não parou aos sinais da Marinha de Guerra. O tiro foi feito aproximadamente a 1 400m e caiu a cerca de 30m à frente do yacht que parou de imediato.
(Mapa de 9 de Novembro de 1908 com os "TERRENOS DO MINISTÉRIO DA GUERRA onde estão implantados a bateria do Areeiro e o forte de Santo Amaro ou do Areeiro")
Fontes:
BERGER, José Paulo (Coronel) (2017), "Campo Entrincheirado de Lisboa", Tertúlias de História Militar (apresentação ), Direcção de História e Cultura Militar, 21 de Maio de 2017.
CALLIXTO, Carlos Pereira. Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras. Oeiras. Câmara Municipal de Oeiras, 2002.
SOUSA, Pedro Marquês de (2017), "A Artilharia de Costa na Defesa de Lisboa na 1ª Guerra Mundial (1914-1919)", in Revista de Artilharia, n.1100-1102, Abril-Junho de 2017.
Apresentava uma planta rectangular, com um dos lados virados para o mar, dois flancos e uma gola. Estava preparada para receber 4 peças de artilharia, de costa (não dispunha de qualquer defesa pela rectaguarda), de 75 milímetros e 45 calibres de comprimento, em reparos de eixo central. Em 1939 por motivo da construção da Estrada Marginal, a Bateria viu cortada parte do seu terreno anexo, embora o seu núcleo principal se mantivesse intacto. Em 1940, a fortificação encontrava-se praticamente desguarnecida (embora mantivesse as 4 peças de fogo), acabando por ser desartilhada, em 1943. Através de um Auto, datado de 15 de maio de 1946, foi entregue ao Regimento de Artilharia de Costa.
Em 16 de Setembro de 1953, veio a ser cedida ao Ministério da Defesa Nacional a fim de nela se efectuarem a necessárias adaptações para instalar a Torre de Radar de Controle do Porto de Lisboa.
Empenho da Bateria do Areeiro
Após a Declaração de Guerra da Alemanha a 9 de Março de 1916, registaram-se vários casos em que as baterias do Campo entrincheirado de Lisboa (CEL) abriram fogo sobre navios que não respeitaram os avisos de navegação.
Na tarde de 25 de Abril de 1916, a Bateria de Areeiro recebeu ordem para abrir fogo sobre um navio norueguês que não respeitou os avisos da Marinha de Guerra à entrada da Barra do Tejo.
A uma distância de aproximadamente 1 400m da bateria, esta fez fogo para intimidar o navio a parar. O primeiro tiro foi curto, mas alguns estilhaços caíram perto do navio, o segundo tiro foi longo quase a bater o navio, e como este não parou, a bateria fez um terceiro tiro que atingiu a proa do navio norueguês e o fez finalmente parar.
No dia 2 de Maio de 1916, a Bateria do Areeiro recebeu ordem para fazer fogo sobre uma embarcação portuguesa (yacht) que não parou aos sinais da Marinha de Guerra. O tiro foi feito aproximadamente a 1 400m e caiu a cerca de 30m à frente do yacht que parou de imediato.
(Mapa de 9 de Novembro de 1908 com os "TERRENOS DO MINISTÉRIO DA GUERRA onde estão implantados a bateria do Areeiro e o forte de Santo Amaro ou do Areeiro")
Fontes:
BERGER, José Paulo (Coronel) (2017), "Campo Entrincheirado de Lisboa", Tertúlias de História Militar (apresentação ), Direcção de História e Cultura Militar, 21 de Maio de 2017.
CALLIXTO, Carlos Pereira. Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras. Oeiras. Câmara Municipal de Oeiras, 2002.
SOUSA, Pedro Marquês de (2017), "A Artilharia de Costa na Defesa de Lisboa na 1ª Guerra Mundial (1914-1919)", in Revista de Artilharia, n.1100-1102, Abril-Junho de 2017.
POSTO DE VIGILÂNCIA E DEFESA DA ENTRADA DO PORTO DE LISBOA
Em 1946, a Bateria do Areeiro, edificada no início do século XX para defesa da entrada do Porto de Lisboa, foi integrada no Regimento de Artilharia de Costa do Exército, que nunca a guarneceu até ser definitivamente inactivada em 1953.
Depois de obras de adaptação que estabeleceram a sua configuração actual, a edificação foi entregue à Marinha para funcionar como Posto de Vigilância e Defesa do Porto de Lisboa (PVDEPL). Foi recebida, em nome do Ministério da Marinha, pelo Capitão-Tenente Rui Ferreira Molarinho do Carmo, em 11 de Fevereiro de 1957.
Até 1999 e na dependência do Comando da Defesa Marítima do Porto de Lisboa e do Comando da Zona Marítima do Centro, o PVDEPL, com as estações de sinais, de radar e de detecção submarina que o serviam, teve como missão a defesa da entrada do porto de Lisboa, exercendo a sua acção em toda a área exterior do porto e na área de detecção e caça.
Para isso o PVDEPL tinha o controlo táctico das baterias de artilharia de costa designadas para esse fim, dos navios de inspecção e de pilotos, dos navios da patrulha exterior e da patrulha de caça, dos draga-minas em operações e das portadas, dentro da sua área de responsabilidade. Controlava e identificava toda a navegação que demandava o porto de Lisboa.
Depois de 25 de Abril de 1974 e em consequência do progresso tecnológico e das profundas alterações na estrutura com responsabilidade pelo controlo da entrada do porto de Lisboa, o PVDEPL, à semelhança do que já tinha acontecido meio século antes com a bateria que o antecedeu na mesma edificação, perdeu importância operacional. No rescaldo do 25 de Novembro de 1975, foi usado como prisão de militares da Marinha.
Em 1999 a Marinha desactivou o PVDEPL e em 2007 transferiu a sua guarda para a Defesa Nacional para ser objecto de um processo de alienação pelo Estado que não se concretizou.
Depois de obras de adaptação que estabeleceram a sua configuração actual, a edificação foi entregue à Marinha para funcionar como Posto de Vigilância e Defesa do Porto de Lisboa (PVDEPL). Foi recebida, em nome do Ministério da Marinha, pelo Capitão-Tenente Rui Ferreira Molarinho do Carmo, em 11 de Fevereiro de 1957.
Até 1999 e na dependência do Comando da Defesa Marítima do Porto de Lisboa e do Comando da Zona Marítima do Centro, o PVDEPL, com as estações de sinais, de radar e de detecção submarina que o serviam, teve como missão a defesa da entrada do porto de Lisboa, exercendo a sua acção em toda a área exterior do porto e na área de detecção e caça.
Para isso o PVDEPL tinha o controlo táctico das baterias de artilharia de costa designadas para esse fim, dos navios de inspecção e de pilotos, dos navios da patrulha exterior e da patrulha de caça, dos draga-minas em operações e das portadas, dentro da sua área de responsabilidade. Controlava e identificava toda a navegação que demandava o porto de Lisboa.
Depois de 25 de Abril de 1974 e em consequência do progresso tecnológico e das profundas alterações na estrutura com responsabilidade pelo controlo da entrada do porto de Lisboa, o PVDEPL, à semelhança do que já tinha acontecido meio século antes com a bateria que o antecedeu na mesma edificação, perdeu importância operacional. No rescaldo do 25 de Novembro de 1975, foi usado como prisão de militares da Marinha.
Em 1999 a Marinha desactivou o PVDEPL e em 2007 transferiu a sua guarda para a Defesa Nacional para ser objecto de um processo de alienação pelo Estado que não se concretizou.